01/05/2008

A perda de um dente

Não sei se haverá estudo psicológico para lidar com esta perda. É possível que não haja, não tem o peso de perder um braço ou uma perna, nunca se ouviu falar em doentes que sentissem um dente fantasma que mastigava em conjunto com os reais. Ainda assim… a perda de um dente magoa sempre, aliás, dói mesmo, consoante a habilidade do médico. O meu dentista, desde pequeno, é o Xotôr José Luís de Freitas, nunca mais ninguém me mexeu na boca, pelo menos para tratar de dentes (sim, conotação sensual estranhamente desajustada quando se fala de um dentista homem…) e nunca tive grandes queixas, mesmo quando teve de me arrancar um dente. Sim, falta-me um dente, o penúltimo do lado direito. É só um dente e não deveria ser traumático. Mas perdi-o. Tenho os outros dentes todos para mastigar, antes de o arrancar nem dava por ele, nem sequer pensava que me fosse fazer falta. Mas agora… todos os dias mastigo e todos os dias sinto a falta dele. Por vezes tento não pensar nisso, por vezes tento até não mastigar desse lado, mas sempre que a língua ou algum pedaço de comida lá passa… o vazio está lá.

Sinto a falta do meu dente.

É tão fácil fazer analogias que só a pessoa certa vai perceber.

1 comentário:

Oriana Tavares da Rocha disse...

Eu sei que não sou a pessoa certa que vai perceber a analogia, mas sinto a tua perda e sei o vazio de perder algo que nos é tão de dentro,como um dente ;).Um dia esse vazio na força do tempo vai ser apenas uma lembrança e quem sabe possas fazer um implante.
Lamento pela tua perda e o vazio...do dente ;)

E obrigada pela defesa no meu blog quanto aos comentários anónimos.

:)))