30/12/2008

Shh...

“O coração morre. Uma morte lenta... Deixando cair cada esperança, como folhas... até que um dia já não há nenhuma. Nenhuma esperança. Nada resta.” A cidade parou, por um momento, neste Outono de sentimentos. O passo, lento e incerto, hesitante, pouco demorou a deter-se, a perceber a ausência de carros e pessoas, de animais que fossem. Vi-me só, por uns minutos. Nada… Parado, no meio da rua… A mochila às costas e nada… Nem um ruído para me despertar, um rosto para reconhecer, uma mão para segurar. Nada restava. Nenhuma esperança. Só o vento para empurrar as folhas do chão. Vi-me só, por uns minutos. Onde o reboliço, onde a confusão e o ruído, onde a marcha incessante de carros e fumo e passos, onde? Soltei o espanto… Um murmúrio que se diluiu com o ulular do vento. Olhei para as mãos, como tantas vezes em pequeno, sem saber o que procurava. Nada. Ninguém. Vi-me sozinho. Vejo-me sozinho. Neste sol frio, de luz pálida e cortante, eis-me sozinho, de mochila às costas. Para onde?
Em frente. Algo haverá numa outra rua…

4 comentários:

O Estranho disse...

Citação inicial de legendagem de "memórias de uma gueixa"...

polegar disse...

um beijo já no novo ano, novo dia, segundo seguinte.

pinky disse...

haverão sempre outras ruas e algo nelas!´
bom anoooooooooooooooooo!

Unknown disse...

Gosto do ulular... :)