24/03/2008

Alguns quilómetros de mar

Tenho os olhos abertos e vejo a tua ilha. Estamos os dois na praia, mas há um mar de 7 quilómetros entre nós. Quase que te vejo, ao longe, um pontinho escuro perdido na areia, os pés metidos na água, o olhar na minha direcção. Sim, sou eu aqui, de telemóvel na mão a dizer que te amo, com essas letras tão insignificantes, tão disparatadas e melodramáticas que te fazem rir. Amo-te. Vejo-te nessa ilha, com a montanha atrás de ti e amo-te. Há horas que estamos aqui, a olhar um para o outro, a imaginar que estamos juntos, de mão dada, de lábios dados, de corpos dados. Vi o sol nascer atrás de ti. Vi o teu contorno a surgir, o cabelo que penteaste para mim, o corpo que vestiste para mim, esse corpo que quero despir e amar, sentir próximo, quente junto a mim. E senti-me quente, sim, a ver-te, graças a esse grande astro amarelo que te ilumina e faz brilhar como a mais ninguém no mundo. Sim, eu sei, sou disparatado, exagero tudo contigo. Eu sei. Dá-me gozo fazê-lo. Amo-te.

Os meus olhos estão contigo. Penteei-me para ti, vesti-me para ti e quero despir-me também para ti. Quero sentir os teus lábios no meu peito, na minha barriga. Quero que me ames como amas quando estamos juntos e este mar não nos separa. O teu toque aquece-me, muito mais do que o astro amarelo, como lhe chamas. O sol vai pôr-se por trás de ti, agora. O laranja espalha-se pela tua ilha neste nosso arquipélago. Trazes-me sempre a noite, o frio das estrelas que se espalha sobre o céu sem piedade, numa calma que asfixia sem a tua respiração no meu pescoço, nas minhas costas, entre as minhas pernas. Amas-me. Assim o dizes, que me amas. Amas-me com as tuas palavras, os teus olhos, as tuas mãos, o teu corpo. Amas-me à distância. És exagerado e disparatado, sim. Vês em mim o que mais ninguém vê, o que talvez não esteja lá, mas amas-me. Eu sei. Dá-te gozo fazê-lo. Amas-me.

1 comentário:

pinky disse...

pxiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que até ferve!