23/06/2009

para que é que ainda me dou ao trabalho?

Às vezes custa. Demasiadas vezes, custa. E não devia. Tudo devia ser simples e fácil. Inspira-se. Expira-se. Repete-se o processo até à exaustão. Tudo tão simples. Abrir os olhos. Inspirar. Fechar os olhos. Expirar. Comer. Beber. Dormir. Viver devia ser fácil. Simples.
Não é.
Gostava que me saísses da cabeça. Gostava de perder a tua imagem, de te apagar do meu corpo que queima ao toque de te imaginar. Gostava de não pensar em ti. É por pensar em ti que gosto de ti. Eu não gosto de ti, só gosto de pensar em ti. E que piada seria, ó deus, que piada seria ver as estrelas contigo, esse sonho meloso e pateta que me persegue de outros tempos, de outro Estranho que já não eu. Que comédia divina seria eu mais tu igual a nós. Que catástrofe planetária, que absurdo da natureza, que delícia de vida seria. Que sonho, o ter-te nos braços. Que pesadelo sonhar com isso. Pára, Estranho. Pára. Inspira. Expira. É isso que é viver. O resto, ela, o sonho dela e o pesadelo do sonho, tudo o mais é prazer. E tu, meu caro Estranho, é mais bolos.

1 comentário:

O Estranho disse...

confesso que me está a dar prazer sádico de defraudar expectativas, colocar um post novo e não ser sobre absolutamente nada. quer dizer... ok, para mim tem significado, mas eu sou eu e quem quer que leia é quem quer que lê. Qualquer coisa assim.