Somos como gatos
Andamos como gatos pela casa,
Nus em pêlo, vagueando entre paredes.
Roçamo-nos um no outro –
Pequenos encostos e embates rasantes,
Despertando carícias na pele,
Com o pêlo eriçado em riste.
Deitamo-nos enroscados num nó,
Não sabendo que corpo lavamos,
Lambemos, esfregamos, cheiramos,
Luzidios, brilhantes em frente à lareira,
Procuramo-nos.
Tocamo-nos.
Rodeamo-nos.
Ronronamos.
Arfamos.
Berramos,
Como os gatos que no telhado se agitam
E se mordem e se exploram,
Amando-se até à exaustão,
Como se as telhas exalassem um qualquer afrodisíaco,
Agarrando-os, forçando-os para baixo,
De encontro um ao outro, pêlo com pêlo,
Pele com pele, saliva com saliva
E aqui já somos nós, no chão em frente à lareira,
Na cama, na cozinha, na banheira,
Amamo-nos como gatos no cio,
Com força, com paixão,
Amamo-nos até as forças nos abandonarem!
E depois… amamo-nos mais um pouco.
Enroscamo-nos um no outro.
Trocamos olhares esguios e turras de afecto.
Como se fossemos… gatos…
3 comentários:
lindoooooooooooooooooooooo!
bravo! estou a ver que andamos inspirados ;) coooool!
escreveste bem...muito bem...e eu que não gosto de gatos (mas não lhes desejo mal).
Pinky, nunca te cheguei a agradecer o mail... desculpa. Beijinhos
Nuno, meu rapaz, imagino como te deves sentir. Espero que não precise de dizer que sempre que precisares de falar...
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