22/08/2006

Paredes de Coura 2006

Ora bem, falemos então desse grande festival que é o Sudoeste. Ah não, espera lá, é o outro, Paredes de Coura… Bem, Paredes de Coura é um sítio bastante atraente, mais verde que a Zambujeira do Mar, mas mais frio, bastante mais húmido e sem aquele charme de cidade à beira-mar, charme esse provocado por meninas em biquini, mas isto já é informação a mais!

Mudando súbita e abruptamente para os concertos, dia 14, recepção ao campista foi para o tecto! Deu-se uma voltinha pelo recinto, procurou-se um sítio mais barato onde jantar e depois toca a arranjar espaço dentro das tendas para encaixar sacos e colchões de 3 tipos que, a meio da noite, quase iam uns para cima dos outros, SEM QUALQUER CONOTAÇÃO SEXUAL!

Adiante, para o dia 15… Confesso que não vi os concertos todos, os primeiros foram perdidos por causa da banhoca gelada depois de um agradável dia de praia fluvial e por causa da procura da barraquinha ideal onde jantar (portanto, a que tivesse menos gente…). De qualquer maneira, deu para apanhar o finzinho de Gomez, mas nem posso dizer nada sobre essa gente porque nessa altura ainda não tinha entrado em modo de concerto. Nos Madrugada deu-se uma espreitadela, mas, mais uma vez, muito de fugida, não despertava grande interesse e os tímpanos estavam a ser poupados para o Xôr Morissey (ou Mourixei, como dissera um grupo de jovens na tenda ao lado, quando se questionavam quem era aquele gajo…). No entanto, aqui fica um conselho, Broken Social Scene, para quem gostar de música com muitos instrumentos misturados é muito bom. Oiçam a IBI dreams of pavement (a better day) para terem uma ideia… E, finalmente, Morissey! E, finalmente, a chuva começa a cair! Ele lá vem, seguido da banda com t-shirts iguais, Morissey escrito sobre o peito. Lá cantou, por entre piropos à selecção portuguesa e agradecimentos ao público por estar à chuva, aquelas músicas tão bem conhecidas como You have killed me, First of the gang to die, Girlfriend in a coma (sim, eu sei que esta é dos Smiths, mas ele cantou várias deles), blablabla. Sempre com uma postura plena de auto-confiança, agitando o fio do microfone no ar como a Catwoman estalava o chicote, até que… O festival, de modo geral, enfrentou muitas falhas de som. Morissey queixou-se várias vezes de que não se conseguia ouvir e em diversas músicas a sua voz não se ouvia. Trocou de microfone, mas os problemas continuaram. À penúltima música, atirou o microfone ao chão. À última música, abandonou o palco, arrastando os músicos que o acompanharam e deixando a música a meio. Foi assobiado. As teorias começaram. A mais ridícula foi que ele não podia cantar as músicas dos Smiths, apesar de ter cantado várias; a mais plausível foi que se fartou dos problemas de som, quando ainda estava prevista, pelo menos mais meia-hora de concerto. Fontes externas a’O Estranho (leia-se, o Xôr Damon Durham, verdadeiro adepto de Morissey) investigaram, em sites oficiais e menos oficiais os motivos que teriam levado a isto. Certezas não há, mas pelos vistos o Xôr Morissey é uma diva temperamental e já não é a primeira vez que faz este tipo de coisas… Seguiam-se Fischerspooner… Bah, já estávamos todos na tenda a comentar o concerto, a chuva, que, como viríamos a descobrir, não parou até à noite seguinte, e a dizer coisas uns aos outros que não chegavam bem ao tímpano alheio, como por exemplo, queixar-se de dores nas costas, sugerir massagens à vez, e perceber-se massagens à verga… Passemos à frente, que, GARANTO, nada de remotamente interessante (ou homossexual) se passou nessa noite. Ah, ainda deu para não conseguir dormir por causa dos after hours…

Dia 16. Chuva, chuva e mais chuva. A colega da tenda ao lado já tinha a tenda com infiltrações, a nossa não tardava. Vamos embora? Não, desmontámos as tendas e vamos procurar sítio onde ficar. Viagem para Cerveira, outra vez (ou ainda?) encharcados, mas lá conseguimos um belo almoço quente. Pousadas da juventude e outras instâncias que tais completamente esgotadas. Pensa-se em pedir asilo político na sede do PSD. Sim, por brincadeira. Decisão, depois de diversos telefonemas para a família, que nos informou de uma tempestade MONSTRA que se aproximava, vemos os concertos de hoje, vamos embora e amanhã logo se vê. Primeiros concertos vão ao ar. Gang of Four é uma seca. SECA!!! O ponto alto do concerto foi o pobre do micro-ondas destruído a golpes de bastão de baseball, já estão a ver como foi ridículo. Mas eis que chegam os Yeah yeah yeahs! Quatro em vez dos habituais três. E que maluqueira! Que energia! Que, eh pá o texto já vai longo, e como a Pinky só queria saber do Morissey, vamos lá acabar com isto! Foi grande concerto cheio de energia punk e a vocalista, a Karen O é o Marilyn Manson com vagina (é feia a rapariga, que querem?!). Depois os Bloc Party. Outro grande concerto, o vocalista, a falar tem uma voz incrivelmente irritante, mas parece bastante simples, ainda dá gritos a agradecer o convite para o concerto e blablabla, toca mas é a música da Vodafone, que quando acabar o concerto nós temos 100km pela frente! Acho que a seguir eram os Eagle of Death Metal… Em homenagem ao nome, fomos embora. Chegar a casa às 4h da manhã e tomar um banho quente não foi mau, o pior foi o tempo que se fez sentir. Céu limpo, sem chuva, nem vento, nem trovões, apenas o pensamento de que iam ser pior do que um chuto no olho se tivéssemos feito a viagem de regresso para nada…

Dia 17. Acordo às 9h30 da manhã, abro a janela e solto um palavrão. Céu azul, poucas nuvens. GRANDE TEMPESTADE, HEIN, SENHOR METEOROLOGISTA?!?! Já de tarde, de novo a caminho do festival, com paragem em Ponte de Lima, a Praga (leia-se a capital da Rep. Checa) portuguesa para lanchinho e para perder os primeiros concertos! Catpeople, nem sequer os vi. Shout out louds, começou a chover a meio… Maduros… Oh pá, a sério, vale a pena dizer alguma coisa sobre Maduros? Só para tirar dúvidas, nem sequer olhei para o palco… Ui, mas depois… ui… UI!!! Lá apareceram os Tsc tsc tsc, os Tchu tchu tchu, os Choi choi choi, os !!! . E que senhora energia que eles têm!!! A música não me despertou particular afeição, mas aquela energia em palco!!! Provavelmente, mais ninguém dançou tanto no festival todo como o vocalista principal!!! Ok e agora uma pequena confissão. Já de seguida vou lançar um alerta para identificar uma jovem com quem troquei olhares quase o concerto todo… Bom, depois vieram os The Cramps e que bela, bem, MERDA que eles são! Se Gang of four foi uma seca, isto foi um nojo! Para mim, não se aproveita nada de nada de nada de nada de nada, já perceberam a ideia… Por fim, Bauhaus. Não é para mim. Compreendo que seja uma banda de culto, os góticos A SÉRIO adoram, ok, mas não é para mim. Principalmente se tiver passado 4 horas a levar com chuva gelada na cabeça…

Para mim, Paredes de Coura encerrou com um certo par de olhos azuis. Mas encerrou mal! E agora o alerta, num outro post, que este já enjoa!

2 comentários:

Anónimo disse...

xiiiiii....parece que foi um festival bem molhado, e abençoado, terá sido? heheheh parece-me que resultou daí faisca...cooooooool! mas e afinal, o concerto do morrissey foi bom ou não? vale a pena vê-lo ao vivo?

Anónimo disse...

Abençoado podia ter sido bem melhor... ;) O concerto foi bom e vale a pena ver, tens é de rezar para ele não se armar em diva...