07/04/2006

A Vida dos Bonecos

(Fartei-me de esperar "aprovação", por isso começo a publicar... O parágrafo que se segue é de exclusiva responsabilidade de .J. e serviu de mote ao conto que seguirá em posts futuros - só para dar tempo a um hipotético berro de "Não publiques já!!!")

O dia cheirava a terra molhada e fruta fresca. O vento estava impregnado de calor e nele brincavam as primeiras andorinhas do ano. Era o início da Primavera, mas ele não sabia disso. Do sítio em que se encontrava via apenas o céu, o sol e uma macieira. Das duas certezas que tinha uma era que da cinta para baixo estava cheio de pó, embora todo o seu corpo estivesse coberto por uma mancha cinzenta. Uma sombra da árvore, que, diariamente, entrava pelo vidro da janela e lhe tocava ao de leve. Uma coisa sem importância se fosse outra pessoa a estar na sua pele. Mas era só ele que ali estava e já há muitos anos que não saía dali. Além disso, o seu Criador não lhe tinha concedido a graça de ter pele e ossos. Por isso, a outra certeza que ele tinha era a de que não passava de um boneco de papel, com vontades aparentemente absurdas. Por exemplo, poder esticar as pernas, sacudir o pó e comer uma maçã.

(...)

PS: Obrigado pelos comentários do post anterior. Abraços e beijinhos a todos, até para o Brasil, que não sabia minimamente o que havia de dizer...

2 comentários:

polegar disse...

aguardemos, então, a continuação... começa bem ;)

pinky disse...

Prometedor começo! be waiting.....kiss kiss