Pedaços de mim IV
olhos
Acordo de repente, sem saber ao certo onde estou. Procuro-te na escuridão, mas há muito que partiste. Tenho os olhos bem abertos, mas tudo o que vejo em meu redor são vultos. Da tua presença já só resta a imagem que foi gravada a fogo na memória. (Minto! Tenho ainda o cheiro da tua pele misturado com o meu, tenho a tua voz a ecoar-me nos tímpanos e tenho o sabor da tua língua a embriagar-me a boca de prazer.) Tenho os olhos bem abertos, abertos desde o imutável passado até ao infinito futuro. Não sei bem onde estás e por isso não vejo bem o caminho por onde devo seguir. Mas sigo em frente, pelo meio do nevoeiro em que se tornou a vida, sigo, relutante e inseguro, até te encontrar, até que o teu olhar se volte a cruzar com o meu, até que a tua boca se una à minha, até que o teu corpo se funda com o meu, até que as nossas almas se voltem a tocar… e então, elas dirão, baixinho, num sussurro:
AMO-TE. ÉS UM PEDAÇO DE MIM…
2 comentários:
ate quero ver onde é que esta coisa de "pedaços de mim" vai parar...
era giro se pegasse moda. eu a colocar no borras pedaços, depois o P.P. no abrupto (sim, a ordem de influencias seria exactamente essa...), depois sei lá quem...
*
.j.
(sabes, acho que conheci uns familiares teus aqui. Sao gente muito estranha...)
estou despedaçado...
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