Ainda a visão - o regresso do caos
Enlouqueço.
Lembro-me de ti e enlouqueço a cada recordação.
Impludo de raiva pelo que fiz
E sinto a Loucura chegar.
Começa por uma vontade de chorar;
Engulo em seco, fecho os olhos e cerro os dentes.
Depois, o nó na garganta;
A vontade de berrar, de gritar, de bradar aos céus:
“O QUE É QUE TU QUERES DE MIM?!”,
Mas, sem resposta, sufoco o grito e choro,
Uma única lágrima que logo seca
Porque a cara arde, sem se ver.
Enlouqueço.
Lembro-me de ti e enlouqueço a cada recordação.
Impludo de raiva pelo que fiz
E sinto a Loucura chegar.
Apetece-me abrir o peito e arrancar o coração com as próprias mãos.
Disse-o uma vez e agora repito-o.
Sinto a Loucura chegar.
E então, acontece;
Já não consigo engolir as lágrimas;
Já não consigo sufocar o grito;
Choro, grito, por fim enlouqueço.
E nessas lágrimas toda a minha alma escorre,
Evaporando-se e tornando-se para sempre em nada,
E nesse grito mil palavras são ditas,
Mil expressões de dor vociferadas
Que tento que cheguem ao céu,
Onde Ele está, observando o Caos,
O Desespero, o Abismo que Ele próprio criou ao fim de sete dias
E com o qual agora Se diverte
E Se masturba ocasionalmente:
O Amor…
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