mundo de sonhos
Nos meus sonhos, vejo-te nua, diante de mim, não hesitante, mas encolhida. Talvez seja do frio, só pode ser do frio. É óbvio no meu corpo que nada do teu é feio ou imperfeito ou até menos belo. Não… Toda tu és de uma sinuosidade perfeita. Aqui uma curva, ali um declive, ali dois perfeitos e redondos montes de prazer cujo cume arrebitado acaricio e beijo.
Nos meus sonhos, cubro-te nua, debaixo de mim. Aperto-te contra o chão e tu apertas-te contra mim. Talvez te esteja a magoar, pelo gemido que soltas. Não… Todo eu sou um cobertor, que te aquece e protege do frio da noite e do mundo que está para lá dos sonhos. Um roçar. Calor, novo roçar. Tapo-te e escondo-me. Dentro de ti.
Nos meus sonhos, cobres-me nua, em cima de mim. Empurras-me o peito e a barriga. Talvez tudo tenha acabado e te queiras ir embora. Não… És a água que me limpa. Passas por mim numa torrente de redemoinhos e gotas de suor quente que me escorrem pelo rosto, pelo tronco, pelo tronco, por todo o meu corpo, parcialmente dentro de ti.
Nos meus sonhos, deitas-te ao meu lado, nua, eu igualmente nu. Olho para ti e rio. Não por gozo. Não por insatisfação. Mas porque sonho. E tu estás nua, ao meu lado, com gotas de mim dentro de ti, e eu estou nu, ao teu lado, com gotas de ti sobre mim. E então beijo-te.
Nos meus sonhos, tudo recomeça.